Pantanal: alta expectativa pode gerar alta decepção na Globo

Alanis Guillen como Juma Marruá no remake de Pantanal (Foto/Reprodução: Globo)

Pantanal estreia hoje na Globo, e assim como Poliana Moça (SBT) e Record (Reis), tem a mesma missão: elevar os índices. Diferente da Record e SBT, Pantanal estreia substituindo uma inédita, que foi esnobada pela própria Globo: divulgação péssima, história confusa, que resultaram no pior resultado da história para o horário das nove, e a Globo pretende reverter isso com Pantanal. A grande questão é: a Globo aposta no sucesso graças à sua grande divulgação, mas só isso é necessário?

Pantanal vem sendo divulgada pela Globo já há bastante tempo. Ainda no início de 2021, em uma chamada divulgando o retorno das novelas inéditas, a emissora citou a novela, que ainda nem tinha começado a ser gravada. Enquanto Um Lugar ao Sol, teve uma divulgação abaixo do esperado.

O remake vem ganhando divulgação em praticamente todos os programas da casa, matéria no Fantástico, Globo Repórter, Mais Você… Até a logo da emissora no Twitter foi alterada em comemoração à estreia da novela. Divulgação de helicóptero também aconteceu, algo que nunca tinha sido feito pela Globo, a expectativa é alta.

Mas só uma boa divulgação, imagens lindas (novela gravada em 8k), não bastam. Essa divulgação gigantesca me lembra Deus Salve o Rei, divulgada em todos os cantos pela Globo, porém o principal faltou na novela das sete: história. Passou longe de ser um fracasso, fechando com 25.6 de média geral, mas derrubou de Pega Pega, que sendo uma história super clichê fechou com 28.8.

Dificilmente a trama derrubará ainda mais os índices de Um Lugar ao Sol. Mas será que se escorar em uma boa divulgação, no apego afetivo pela versão original, e em lindas imagens irá chamar o público? Não, somente se a novela tiver uma história boa, cativante e que faça o público se prender em frente a TV, ansioso pelos próximos capítulos. Apesar de bastante criticado, Walcyr Carrasco faz isso com maestria. Mas a Globo não pode depender dele para sempre, e nem o terá para sempre.

Poliana Moça, Reis e Pantanal têm uma missão em comum: impulsionar a audiência

Após dificuldades com a onda pandêmica do Covid-19, o SBT, Record e a Globo estão conseguindo se adaptar e voltar a rotina com suas produções. Nas próximas semanas, as três emissoras vão estrear as suas próximas novas novelas inéditas: Poliana Moça (SBT), Reis (Record) e Pantanal (Globo). Elas confrontarão entre si, pelo menos por alguns minutos. Mas a questão que não quer calar é se estas apostas retornarão os resultados esperados? A propósito, os folhetins têm a mesma missão: impulsionar a audiência!

Mais cedo, o canal de Silvio Santos vai estrear Poliana Moça, que confrontará diretamente o Jornal Nacional, às 20h30. Já a Record, escalou Reis para confrontar com Carinha de Anjo e as Um Lugar ao Sol e Pantanal. Apesar de suas particularidades, as três novelas expõem a vontade das emissoras de trazer novamente a audiência afastada pelas incansáveis reprises.

A estratégica do SBT de apostar em novelas com mais tempo no ar é boa para emissora, uma vez, que mantém uma audiência razoavelmente boa e um faturamento modesto durante todo o ano. Além de baratear os custos da produção com esta rotina simplista. Vivendo uma crise de audiência com todos os programas em terceiro, a emissora de Silvio Santos luta para recuperar os números perdidos no horário nobre. Espera-se que Poliana Moça seja chamariz e impulsionem as atrações seguintes.

Ao contrário do SBT, a Record não conseguiu produzir Reis com um formato mais longevo e decidiu gravar a novela bíblica em um modelo de série, dividindo em temporadas. A primeira leva contará com 19 capítulos. Esta estratégia pode trazer um problema de hábito para os telespectadores menos atentos, afetando a audiência na faixa. Além disso, a faixa horário deve enfrentar uma concorrente de peso: Pantanal. Por conta se seus poucos episódios, a Record já adianta sua substituta, que será a série Todas as Garotas em Mim. Ela que entrará no revezamento com Reis e outra produção na faixa.

Mais tarde, começando por volta das 21h45, a Globo estreia dia 28, Pantanal. O remake é a sua carta coringa para retornar os altos números de audiências na faixa das novelas da nove, e, consequentemente aumentando o seu faturamento. A confiança também se repete no mercado publicitário, uma vez que Pantanal já tem uma fila grande de marcas para anunciar no horário.

Editor Dabeme J.L:

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